No dia 15 de setembro de 2019 completei minha quarta corrida meia maratona na cidade de São Paulo. Já corri muitas corridas curtas, de 5, 7, 10, 12km, mas Meia Maratona não é algo que dá pra fazer numa segunda-feira qualquer, ou pelo menos não até agora. Quem sabe um dia essa afirmação não muda, não é mesmo? Dizem os grandes corredores que com o tempo a corrida de longa distância se torna tão cotidiana quanto tomar café da manhã.
Comecei a correr em 2016 como atividade física para lidar melhor com ansiedade e insônia. Funcionou! A corrida é um produtor natural de endorfina, um liberador de tensões, uma atividade que exige gasto de energia. Na época eu não praticava nenhuma atividade física regular. A corrida foi aos poucos me conquistando e hoje são raras as semanas em que eu não corro pelo menos duas vezes.
A corrida te ensina muita coisa como disciplina, paciência e auto-desafio, mas também te ensina sobretudo a aceitar as suas limitações humanas, te mostra que por mais que você faça planejamentos as coisas vão sair diferentes na hora e te ensina que não importa ganhar (afinal pelo critério de vitória só pode haver um, o de menor tempo), mas sim fazer parte e estar em sintonia com algo maior. Te ensina a respirar. Te ensina a pisar, a parar, a curtir o sorriso daqueles que passam e os latidos eufóricos dos cachorros. A corrida te faz refletir sobre o sentido do agito em outras esferas, como as do trabalho.
Nesse cenário (o de atuação profissional), nesta cidade, corre-se muito e muitas vezes se tem a sensação de que nada sai do lugar e estamos sempre atrasados. A corrida de rua te mostra o oposto disso, é feita para ver a cidade em câmera lenta, por mais paradoxal que possa parecer. E que venham novas corridas!
“Y caminando no serás el más velóz
Pero el paisaje suele ser mucho mejor
El mundo entero rodará bajo tus pies
De ti depende lo que quieras recorrer”