Jacronharo, indígena líder na nação Tupi, tinha um sonho.
Jacronharo foi entitulado líder da nação Tupi para combater os portugueses, que já haviam ocupado nosso território e capturado índios que se tornaram escravos para o trabalho de saque iniciado pelos portugueses.
O exército montado por Jacronharo derrota os invasores, mas ao invés de serem exterminados, terem suas mulheres estupradas, os homens mortos e os velhos humilhados, tiveram suas vidas preservadas e Jacronharo definiu que eles poderiam habitar um bom pedaço daquela terra e viver ali em paz. Ele até distribui sementes de milho e mandioca para que os portugueses pudessem plantar e criar suas famílias naquele lugar.
Jacronharo acreditava que a Pindorama era muito grande e bondosa, que todos poderiam viver naquelas terras, que todos teriam seus espaços e que o alimento seria farto e suficiente para as pessoas. O sonho de Jacronharo é esse, um Brasil onde as pessoas podem conviver onde as coisas são possíveis.
No entanto passaram os anos e os portugueses não entenderam o sonho de Jacronharo e começaram o projeto de extermínio das vidas e das culturas que habitavam nosso país.
Por que os portugueses erraram? O que eles queriam?
Uma gigante nuvem de trevas e escuridão cobriu o planeta e até hoje vivemos sobre essas trevas.
Neste vídeo, Mestre Lumumba conta a história e faz uma refexão sobre o sonho de Jacronharo no século XXI.
Alguns Pontos de Cultura, a partir da Teia 2010 de Fortaleza, se organizaram entorno dessa idéia do sonho de Jacronharo e criaram a Rede Jacronharo, com ações em rede de reconhecimento e fomento, buscando aproximar os pontos e transformando essa proximidade em movimento social. Permitindo que brancos, pretos e índios – que ainda não estão presentes – possam viver, trocar cultura e conhecimento, buscando a transformação individual e coletiva de todos. Tentando entender o maior gargalo dos pontos de cultura – a articulação em rede – para dar um novo passo para o programa Cultura Viva.